quinta-feira, 17 de junho de 2010

Amor à distância



Eduardo e eu começamos a namorar, no dia em que ele embarcou para São Paulo. Sinceramente, achei que não duraríamos o primeiro final de semana. Mas não, um entrava em contato com o outro o tempo todo. Por e-mail, vídeo chamada, sms, tudo por conta da tecnologia. Mas mesmo assim, a saudade, e o vazio ainda eram quase insuportáveis.
A cada quinze dias ele vinha pra cá, mas aí começou a ficar difícil, todas essas vindas dele. Era muito cansativo tanto para mim quanto para ele. O tempo já não passava mais como antes, quando ele estava longe de mim, o tempo parava, quando estávamos juntos as horas pareciam segundos. E assim superamos os primeiros seis meses.
Nesse fim de semana ele virá, meu coração não pode esperar mais para encontrá-lo. Quando foi na sexta-feira, entrei no msn e ele me chamou pra uma conversa com vídeo. Me assustei, pois sabia que naquele horário ele deveria estar na rodoviária. Nem raciocinei direito e ele me disse: “Amor, surgiram uns imprevistos, não vou poder ir nesse fim semana pra te ver. Não aguento mais de saudade, mas não vou poder ir. Nem sei o que fazer, preciso de você.” Eu como uma boa namorada que era só disse: “ Eu entendo, mas vou sentir sua falta...” Então do outro lado da tela, ele pegou seu violão e começou a tocar e cantar pra mim: “Por onde quer que eu vá vou te levar pra sempre” [..] Eu comecei a chorar, e cantei com ele. E naquele momento, aquela se tornou oficialmente a nossa música. Baixei pro meu Ipod. Desligamos. Liguei esta música no repeat, fiquei onvindo, enquanto tentava dormir, mas não consegui. Precisava dele. Queria ele. Tomei uma decisão. Fiz as malas. Esperei amanhecer. Chamei um taxi.
Aeroporto por favor.
Lá fui eu vôo de Curitiba para São Paulo. Embarquei. Ouvindo a nossa música. Cheguei em no lugar em que meu coração morava já há seis meses, e liguei pra ele. Ele nem acreditou. Pensou que era uma brincadeira, e quando ele percebeu que eu estava realmente em sampa, percebi que emudeceu, e ouvi pequenos e sutis soluços do outro lado da linha. Era 7:30, ele tava no metrô e pediu pra eu esperá-lo ali.
Cada trem que parava, meu coração parava junto. Até que aquele que trazia meu amor chegou. Fiquei imóvel, ele correu até mim me suspendeu no ar e me beijou. Quando finalmente nossos lábios se afastaram, eu falei: “Achou que eu ia te deixar sozinho no dia dos namorados? Vim aqui buscar meu presente. Você!” E ele me disse: “Você é o meu melhor presente. Você é a minha vida.”. E foi assim que passei o dia dos namorados com meu amor. No domingo, quando eu ia voltar pra casa. Ele me surpreendeu, enquanto jantávamos, a sós em seu apê. Ele tinha preparado um jantar divino. À luz de velas, tudo super romântico e de bom gosto. Levantou da mesa, ajoelhou-se em minha frente. E com uma caixa preta nas mãos, onde brilhava um anel maravilhoso, disse: “Fer, eu já não sei viver minha vida sem você. Eu te amo mais que tudo neste mundo. Casa comigo?” Por um segundo fiquei sem ação, e suas palavras foram se perdendo no vácuo da sala de jantar. Meus olhos começaram a queimar. E não pude conter as lágrimas que enchiam meus olhos e encharcavam meu rosto, só consegui mexer a cabeça e balbuciar um “Sim!”. Naquele momento senti uma alegria tão indescritível, tão inenarrável, que pareceu algo surreal. Mas era real. Muito real.
Mais tarde, naquela mesma noite, embarcamos eu e Eduardo, meu amor, para Curitiba, para vivermos mais uma etapa da nossa felicidade. Compartilhando meu Ipod e ouvindo a nossa música, claro...


[Pauta Bloínquês – Edição Musical]
[Pauta Bloínquês – Edição Visual]

Um comentário: