sábado, 26 de junho de 2010

Selinho

Copiando as palavras de meu amigo Italo:
"Ainda não sei muito bem como funciona essa paradinha de selos mas eu ganhei um" do Italo - Manuscrito.

Selo Sunshine.



Regrinhas:
1 - Colocar a imagem do selo no blog.
2 - Linkar o blog que indicou.
3 - Indicar 10, 15 ou 30 blogs ao selo.
4 - Comentar nos blogs dos indicados sobre esse selo.

Indico:

A arte de um sorriso - Rodolpho Padovani
Lápis, papel, e história - Biazinha
Cítrica - Sil
Diário de um mininu nu - Rodrigo Cavaleiro
Beijos, Blues e Poesia - Ana Camila
Coisinhas da Chica - Chica
Pensamentos - Andressa Pereira
Folha de Pimenta - Lara Alvez
Pensamento Livre - Caroline Farias
Mr. Stauffenberg - Italo

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Sinto sua falta

Hoje sua imagem veio à minha memória com tanta força que não pude rejeitá-la. Tenho tentado me acostumar a viver sem você, tenho tentado superar esta situação. Você me deixou, e não se importou se eu iria ficar bem.
Antes de conhecer você, não pensei que existisse tal felicidade. Mas bastou os segundos em que meus olhos cruzaram o caminho dos seus para encontrá-la.
Ah... esta felicidade, quanto mais a gente a conhece, mais dificil é viver sem ela. Quando você estava aqui comigo, senti tudo que meu coração era capaz de sentir de bom, de puro. Acredito que conheci o amor. Eu vivi com você esse amor. O amor mais puro que se pode ter.
Mas agora você se foi, e em mim, só ficou o vazio. A dor, o sofrer. Eu sei, que você me pediu para viver bem sem você, não me abater, mas nunca pensei que seria tão difícil. Por que você teve que me deixar? Por que você teve que partir? Não aguento mais, esta distância que nos separa.
Querida, o amor que senti por você nunca morrerá, e estará sempre aqui, mesmo que não estejamos mais juntos. Os nossos segredos vou guardar em algum lugar, que ninguém, além de mim, possa achar, pois esse é meu maior tesouro. E você sabe que este lugar é aqui, dentro de mim, dentro do meu coração.
Nem a morte, que tirou você de mim, poderá fazer com que eu deixe de amar você.




Pauta Bloínquês - Edição Musical [frase em itálico]
Pauta Bloínquês - Edição Conto/História

terça-feira, 22 de junho de 2010

Eu te amo




Palavras não bastam para descrever, a emoção que sinto quando olho em seus olhos, quando ouço o som de sua voz, quando sinto este seu perfume, amadeirado, que penetra dentro de mim, acertando minha alma, e aquecendo meu coração. Nada é capaz de descrever a sensação de tocar a sua pele, sentir o seu calor. Como agora, exatamente, neste momento, em que estamos juntos, abraçados, você está sorrindo para mim, e mesmo assim eu me sinto insegura e tenho medo. Medo de que um dia, tudo isso acabe. Medo por não saber o que está em seu coração, se eu estou em seu coração. Pois, certamente o meu, já é, a muito tempo, seu. Meu amor, por que dói tanto amar? Meus pensamentos me perturbam, pois, você é para mim como o ar, meu oxigênio, meu tudo.
Ai, como é bom estar aqui com você. Te envolvo em meus braços jogo minhas pernas sobre as suas. Você sorri, e me envolve em seus braços também. Queria tanto dizer a você o quanto eu te amo, queria tanto dizer o quanto estou apaixonada por você. Mas e se você não me amar, e se você estiver só curtindo, como os garotos fazem por aí? Ah, tanta insegurança, e tanto amor. Hoje é dia dos namorados, e nada me faria mais feliz do que estar aqui com você. Preciso falar a você aquelas três palavras. Não consigo. Por que você nunca as disse para mim? Será que não me ama, como eu te amo? Vou falar. Não! Vou, agora! Não!
- Eu te amo!
O que você disse? Perguntei a mim mesma estarrecida. A alegria me inundou. Ele me ama! Ele me ama! Repeti, em silêncio. Por fim, enchi-me de coragem e respondi:
- Eu também te amo! Muito!
Ele me segurou mais forte, me apertando contra seu peito, e eu soltei um suspiro aliviada. Afinal de contas, em mim, não havia mais espaço para dúvidas ou incertezas. O meu amor, era sim, correspondido. - Te amo!
Pauta: Onde as palavras se sobrepõem - 6ª Edição
Pauta: In verbis - 3ª Edição - frase em negrito.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Encontro

- Você está bem? - Perguntou-me o moço de pele dourada, quando se abaixou para me ajudar a juntar os livros que tinham caído dos meus braços quando nos esbarramos.

- Estou. -menti. Menti, por que obviamente não estava nada bem. Me sentia um pouco enjoada e tonta, acho que era por causa do calor que fazia aquela cidade. Nunca senti nada igual, imagina devia estar fazendo uns 40º.

Era minha primeira visita ao Rio de Janeiro, tinha ido para assistir à uma conferência sobre o tema do meu mestrado, indicado por minha orientadora, e eu já estava sendo a mesma atrapalhada de sempre. Pra variar estava atrasada para encontrar com ela. A conferência seria apenas à noite, mas ela queria me ver, certamente, para apontar mais uma vez as falhas de meu projeto. E pra completar, nem bem desci do táxi com minha pilha de livros, esbarrei em um rapaz que estava correndo na calçada.

- Você não parece bem. Deixa que eu lhe ajudo.

- Está tudo bem, só não estou acostumada com o clima.

-Desculpe, meu nome é Rodrigo. - ele me estendeu a mão, e acredito, que seu maior sorriso. E que sorriso.

- Ahn. Ana.

- Não é daqui, então?

- Não.

- Deixa eu adivinhar, é do sul, tem um sotaque muito bonito.

- Obrigada, sou de Curitiba.

- Hum da Capital Ecológica.

- Isso.

Ele me acompanhou até a metade da quadra, tentando descobrir o máximo sobre mim, e eu tentando ser o mais objetiva possível. Me ajudou com os livros, agradeci, e me despedi, quando paramos na porta do hotel.

- Ok. Obrigada pela gentileza.

- Era o mínimo que eu poderia fazer. - Sorriu. Se ele queria me conquistar com aquele sorriso malandro. Estava conseguindo.

- Obrigada novamente. - Sorri timidamente de volta.

Virei as costas, e quando ia passar pela porta de vidro, ele falou:

- Tem alguma chance de você tomar uma água de coco comigo?

- Desculpe, estou atrasada.

- Ok, quem sabe mais tarde.

Sorri. E acho que ele entendeu aquilo como um "não, sem chance", pois concluiu.

- Ok, já entendi, se cuida. Tchau.

- Tchau.

Continuei atordoada, não só pelo calor, ou pela maresia, mas também por aquele sorriso encantador, ou melhor sedutor. Acho que nunca tinha visto alguém sorrir assim, literalmente, como aquelas propagandas de pasta de dente.

- Ana, se concentra, por isso que este seu projeto não vai pra frente, assim você não vai concluir isto nunca. - Isso é um verdadeiro balde de água gelada. Valéria era minha orientadora. Valéria Marcante. A versão real de Miranda Priestly, personagem de Meryl Streep, em O diabo veste prada. Após duas horas de revisão, fomos nos arrumar para a conferência, que seria em uma hora.

Chegamos na Galeria onde haveria a tal palestra. Quanta gente, esse cara deve ser importante mesmo. embora eu nunca tivera ouvido falar dele, ele defendia uma tese que fazia uma co-relação muito interessante. Havia lido muitos de seus artigos. Mas nunca havia visto como era, pois ele não gostava e não permitia que publicassem fotos ou expusessem sua imagem. Eu, em minhas divagações, é claro, imaginava-o velho, gordo e careca, pois que outro motivo para não publicar sua imagem. Enfim, hoje eu iria dar um rosto ao senhor R. Mello.

- Oi. - Estremeci, quando alguém sussurrou em meu ouvido. Me virei.

- Ahn, oi. O que você está fazendo aqui? - Perguntei, quando vi que era Rodrigo, o moço de antes que estava falando comigo.

- Eu poderia perguntar a mesma coisa, mas seria incoerente. Afinal o que as pessoas vem fazer em uma conferência, não é mesmo. - ele riu, e me fez sentir uma boba por minha pergunta. Mas ainda bem que só deu tempo de eu dizer aquilo, porque eu já ia perguntar se ele estava me seguindo. - Você veio assistir as palestras, certo?

- Sim - respondi - e você, pelo visto também?

- Não.

- Não? - Indaguei, será que ele estava me seguindo mesmo.

- Na verdade, eu vou dar uma das palestras. - Agora sim, eu estava sendo uma boba. O carinha que eu conheci hoje mais cedo, era um dos palestrantes. Peraí, R. Mello / Rodrigo / R. Mello. Não pode ser!

- Você é Rodrigo Mello?

- Sim. - Fiquei muda. Atônita. Perplexa.

- Acho melhor eu ir, tenho que dar uma palestra.

- Claro. - sorri, completamente, sem graça.

- Ana, agora que você já sabe que não sou um maníaco, aceita tomar alguma coisa mais tarde.

A verdade é que aceitei, e nos três dias seguintes, Rodrigo e eu estávamos mais envolvidos do que eu poderia supor, a três dias atrás. Mas estava chegando a hora em que eu voltaria para Curitiba. Restava-me apenas dois dias, antes de meu embarque.

Rodrigo, me levava em todos os lugares mais lindos do Rio, e eu já nem me importava mais com o calor, ou com a maresia, se ele estivesse ao meu lado, nada importava.

Naquela tarde, ele me levou para ver o pôr-do-sol em de onde pudessemos ver o mar, sentamos e ficamos deslumbrando aquele gigante mar de águas. Havia entre nós um silêncio, que não era nem um pouco constrangedor. Não precisávamos preencher o vazio entre nós com palavras. Mas, num dado instante [que eu não sei precisar bem], ele quebrou o silêncio e falou:

- Ana, que será de mim agora? - Sorri, me fazendo de desentendida e perguntei:

- O que você quer dizer? Não entendi?

- O que farei quando você se for?

- Tudo o que sempre fez. Rodrigo, você só me conhece a três dias.

- Um minuto! - Exclamou ele. - Foi o tempo que precisei para saber que você ia mudar a minha vida. Mas por que o destino está sendo cruel comigo, por que o tempo quando estou com você é tão insuficiente, pra sanar a minha vontade de você.

Neste momento, lembrei-me de uma citação do saudoso Caio Fernando Abreu, "o tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato". Mas naquele momento, naquela situação, eu também sentia como o Rodrigo, tempo nenhum seria suficiente para sanar a necessidade que eu tinha dele, pensei em falar alguma coisa, mas lembrei de outra citação de Caio, então puxei Rodrigo pra perto de mim, envolvi seu rosto em minhas mãos e o beijei. Pois, segundo Caio F. Abreu "quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis".





Um amor [não] correspondido

Caio diz: Oi, Bia, que saudades, como vc tá?

[Bia está digitando uma mensagem]

Queria poder compreender o que eu sinto. Mas desde que você se foi, minha razão desapareceu . Antes, tudo era tão simples, tão fácil. No entanto, agora, mal reconheço a imagem que se reflete em meu espelho. Ao seu lado, nunca me sentia insegura, pelo contrário, me sentia como que em uma fortaleza. Sua amizade sempre fora muito importante para mim. Mas agora, não sei se é suficiente. E não digo isso, para que você pense que meu sentimento acabou, não, de forma alguma. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu, e isso me mudou. Sua presença é agora mais constante em meus pensamentos e em meus sonhos. E a sua ausência me consome, dia e noite. Não sei o que é sofrer por amor, na verdade, nem sei bem ao certo, o que é o amor. Mas sei o que é sofrer a dor de não ter você aqui comigo. Seu sorriso, seu abraço, sua voz. Como pude descobrir isto só agora? Como pude não enxergar durante todos estes anos em que você estava aqui comigo? Você meu melhor amigo, agora é o dono do meu coração, você é o meu amor! Caio eu amo você.

Ela selecionou o texto e apertou o "del", ele não precisava saber disto, pelo menos, não agora.

[Bia está digitando uma mensagem]
Ótimaaaaa, e vc? Gostando da neve? Já arrumou umas gatinhas???

O coração dele apertou, ele só queria que ela dissesse que estava com saudades, que sentia sua falta. Afinal ele só fora embora, porque não suportava mais, estar com ela sem poder amá-la. Mas fugir dela não adiantou. Mas nem saudades dele ela sentia - e por que sentiria? - ele pensou aflito, ela quer saber se já arrumei umas gatinhas. Ninguém me interessa além de você. Bia, eu te amo desde que o dia em que te conheci.

Dois corações, amor, triteza, solidão. Cada um escondeu para si, aquilo que estava sentindo, sem saber que outro se sentia exatamente igual.


Definição


O que me define não são as coisas que eu faço, não são as coisas que falam ou pensam sobre mim.
O que me define não tem uma lógica, uma razão, ou sequer um objetivo.
O que me define é, nada mais, do que tudo o que eu sinto, tudo que às vezes, sutilmente, mostro, mas que por muitas vezes, escondo.
O que eu sou, na verdade, é algo que ninguém viu.
Ninguém, inclusive eu.

[kd]

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Você...

Vai me dizer que não sabe
O que sinto quando te vejo?
Coração dispara, pernas tremem
Em mim arde um enorme desejo...


Sexo frágil


Não estou aqui pra agradar ninguém, além de mim.
Não gosto de seguir regras ou convenções.
Não mudo por imposição, nem por obrigação.
Sou atitude, sou ação.
Sou razão e coração.
Na maior ebulição.
Charlie Brown na veia
Skate no chão.


Texto criado para Pauta: Letra e Música - Edição de Imagens

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Abraço

Senti um nó na garganta, quando meus olhos encontraram você. Não entendi porque aquilo estava acontecendo comigo, eu sempre fui tão espontânea, falante, e agora, eu estava muda. Os pensamentos eram incoesos, desconexos, tudo sem sentido, ou lógica. Você está sorrindo pra mim, e vem em minha direção, só consigo sentir o pulsar forte e exorbitante de meu coração. Sinto meu rosto queimar. Sorrio, para disfarçar. Você me abraça e diz: Senti tanto sua falta! Fecho os olhos e digo: Eu também! - [Muito mais do que eu própria podia imaginar], pensei.

Amor à distância



Eduardo e eu começamos a namorar, no dia em que ele embarcou para São Paulo. Sinceramente, achei que não duraríamos o primeiro final de semana. Mas não, um entrava em contato com o outro o tempo todo. Por e-mail, vídeo chamada, sms, tudo por conta da tecnologia. Mas mesmo assim, a saudade, e o vazio ainda eram quase insuportáveis.
A cada quinze dias ele vinha pra cá, mas aí começou a ficar difícil, todas essas vindas dele. Era muito cansativo tanto para mim quanto para ele. O tempo já não passava mais como antes, quando ele estava longe de mim, o tempo parava, quando estávamos juntos as horas pareciam segundos. E assim superamos os primeiros seis meses.
Nesse fim de semana ele virá, meu coração não pode esperar mais para encontrá-lo. Quando foi na sexta-feira, entrei no msn e ele me chamou pra uma conversa com vídeo. Me assustei, pois sabia que naquele horário ele deveria estar na rodoviária. Nem raciocinei direito e ele me disse: “Amor, surgiram uns imprevistos, não vou poder ir nesse fim semana pra te ver. Não aguento mais de saudade, mas não vou poder ir. Nem sei o que fazer, preciso de você.” Eu como uma boa namorada que era só disse: “ Eu entendo, mas vou sentir sua falta...” Então do outro lado da tela, ele pegou seu violão e começou a tocar e cantar pra mim: “Por onde quer que eu vá vou te levar pra sempre” [..] Eu comecei a chorar, e cantei com ele. E naquele momento, aquela se tornou oficialmente a nossa música. Baixei pro meu Ipod. Desligamos. Liguei esta música no repeat, fiquei onvindo, enquanto tentava dormir, mas não consegui. Precisava dele. Queria ele. Tomei uma decisão. Fiz as malas. Esperei amanhecer. Chamei um taxi.
Aeroporto por favor.
Lá fui eu vôo de Curitiba para São Paulo. Embarquei. Ouvindo a nossa música. Cheguei em no lugar em que meu coração morava já há seis meses, e liguei pra ele. Ele nem acreditou. Pensou que era uma brincadeira, e quando ele percebeu que eu estava realmente em sampa, percebi que emudeceu, e ouvi pequenos e sutis soluços do outro lado da linha. Era 7:30, ele tava no metrô e pediu pra eu esperá-lo ali.
Cada trem que parava, meu coração parava junto. Até que aquele que trazia meu amor chegou. Fiquei imóvel, ele correu até mim me suspendeu no ar e me beijou. Quando finalmente nossos lábios se afastaram, eu falei: “Achou que eu ia te deixar sozinho no dia dos namorados? Vim aqui buscar meu presente. Você!” E ele me disse: “Você é o meu melhor presente. Você é a minha vida.”. E foi assim que passei o dia dos namorados com meu amor. No domingo, quando eu ia voltar pra casa. Ele me surpreendeu, enquanto jantávamos, a sós em seu apê. Ele tinha preparado um jantar divino. À luz de velas, tudo super romântico e de bom gosto. Levantou da mesa, ajoelhou-se em minha frente. E com uma caixa preta nas mãos, onde brilhava um anel maravilhoso, disse: “Fer, eu já não sei viver minha vida sem você. Eu te amo mais que tudo neste mundo. Casa comigo?” Por um segundo fiquei sem ação, e suas palavras foram se perdendo no vácuo da sala de jantar. Meus olhos começaram a queimar. E não pude conter as lágrimas que enchiam meus olhos e encharcavam meu rosto, só consegui mexer a cabeça e balbuciar um “Sim!”. Naquele momento senti uma alegria tão indescritível, tão inenarrável, que pareceu algo surreal. Mas era real. Muito real.
Mais tarde, naquela mesma noite, embarcamos eu e Eduardo, meu amor, para Curitiba, para vivermos mais uma etapa da nossa felicidade. Compartilhando meu Ipod e ouvindo a nossa música, claro...


[Pauta Bloínquês – Edição Musical]
[Pauta Bloínquês – Edição Visual]

A surpresa

Os dias que se seguiram àquele encontro foram muito estranhos, Pâ já não retornava mais minhas ligações, nem meus e-mails, e comecei a me sentir pior ainda. Fiquei sabendo por uma outra amiga que tínhamos em comum, a Sil, que a Pâ tinha falado com o Eduardo e ele não quis ficar com ela. Ela ficou arrasada e comentou com a Sil que a culpa era minha. A Sil, que não sabia, exatamente, o que tinha acontecido, quis saber minha versão da história, pois ela nunca tinha visto Pâ falar de mim assim, e me culpar por alguma coisa.
No final das contas, a Sil se mostrou uma verdadeira amiga, pois tentava fazer a Pâmela entender que eu não havia feito nada, e que, se rolou um clima entre mim e o Eduardo, ninguém tinha culpa de nada daquilo, que as coisas do coração ninguém comanda, e que ela deveria ver que na verdade eu não havia traído sua confiança, pois depois daquele dia eu nunca mais tinha visto ou sequer falado com o Eduardo novamente.
Passaram-se, exatamente, dois meses, até que as coisas começaram a voltar ao normal. Pâmela já estava de namoradinho novo e me ligou para que eu saísse com um amigo do tal carinha. Eu recusei, pois não queria me envolver com ninguém, não depois do que tinha acontecido(ou melhor, do que não tinha acontecido) entre mim e o Eduardo. Era engraçado, mas eu ainda não tinha conseguido esquecer aqueles olhos, não tinha conseguido superar a falta que aquele desconhecido me fazia. É tão estranho, se sentir vulnerável, e atraída por alguém que você mal conhece.
Mais uns dias se passaram. Eu estava jogada em minha cama, com o meu Ipod executando minha playlist preferida, isso já era por volta da 1:00 da manhã, não conseguia dormir. Aliás, era nessa hora que eu me perdia em meus pensamentos, pensava nele, em que ele estava fazendo, e com quem, pensava no porquê de eu não conseguir tirar aquele garoto de minha mente, foi quando senti uma coisa vibrar em cima cama e uma luzinha se acender. Era meu celular. Uma mensagem. Atordoada, abri a mensagem e li. “Não consigo parar de pensar em você. Desde o dia em que nos conhecemos, sua imagem me atormenta. Preciso te ver.”. Atordoada, meio dormindo e meio acordada, achei que era um engano. E quando me preparei para ler novamente e ver se eu tinha lido direito, outra mensagem chegou. Abri. Uma palavra: “Eduardo”.
Naquele momento, meu mundo parou, tudo saiu da sua órbita. Nada mais estava em seu lugar. Meu coração pulsava, incessantemente. Meus pensamentos giravam e não conseguiam seguir uma lógica. Só uma coisa importava: Ele. Saber que ele se sentia como eu, era um alívio. Mas o que eu poderia fazer? Não poderia simplesmente responder e dizer: “Oi eu também preciso te ver. Você não sai da minha cabeça desde aquele mesmo dia. Ah, a propósito, dane-se a aminha melhor amiga, que bom que você não quis ficar com ela”. Fernanda, Fernanda, isso é impossível. Não vai dar certo. Ficava pensando comigo mesma. Até que escrevi e envie: “Amanhã, no mesmo horário, no mesmo lugar.” E ele respondeu: “Estarei lá! Beijos!”.
Nem consegui dormir. Fui pra faculdade pela manhã, mas mais parecia um zumbi, do que qualquer outra coisa. Estava atônita, estarrecida. Meus sentimentos dentro de mim estavam à flor da pele. Quando cheguei no Mac, e vi aqueles olhos, me fitando, na mesma mesa de antes, com os nossos lanches, sorrindo para mim, tudo dentro de mim estremeceu. Eu entrei em ebulição. Cheguei perto dele e abri um sorriso amarelo, sem graça. Afinal de contas, o que eu estava fazendo ali? Porque ele esperou tanto tempo pra me procurar? O que será que ele tinha para me dizer?
Pedi o seu lanche. Espero que eu tenha acertado. - Sorriu um sorriso sem graça. Mas que iluminou meu coração.
Ah, acertou sim. - Qualquer coisa que ele tivesse pedido, eu diria que ele estava certo. Mas como eu sempre pedia o clássico Big Mac não tinha erro.
Desculpe não ter falado com você antes, mas depois que as coisas ficaram estranhas entre mim e a Pâmela, eu imaginei que as coisas ficariam difíceis pra vocês duas, e eu não queria ficar entre duas grandes amigas. - Ele falou com a cabeça baixa e com uma voz sentida. - Achei melhor esperar até que vocês duas se acertassem, assim a Pâmela não ficaria chateada com a gente. Mas não consegui deixar de pensar em você em nenhum segundo sequer desde aquele dia. - Fiquei muda. Não sabia o que dizer. Nunca imaginei que ele estivesse tendo este tipo de consideração por mim e pela Pâmela. Era mais do que eu poderia imaginar. Ele continuou:
Pena que só agora consegui coragem para te falar tudo isso. - Não entendi. - Mas tudo bem, pelo menos eu precisava te ver mais uma vez, antes de ir. - Pára tudo! Isto é uma despedida? Ele vai embora? Como assim?
Ãhm? O que? - Foi só que consegui balbuciar.
Eu estou indo embora amanhã. Vou voltar para a cidade de meus pais. Vim pra cá só pra fazer a faculdade e agora que terminou, vou voltar pra casa. Meu pai tem um escritório de advocacia em Sampa e quer que eu vá pra lá, trabalhar com ele. - Não consegui mais respirar, ele estava me deixando. Eu o estava perdendo, mesmo sem o ter, pela segunda vez.
Da forma mais improvável, eu levantei dali, como que em um surto. E sai. Eu não queria ouvir, eu não queria acreditar. Como meu coração se deixou apaixonar por alguém que não conhece e que agora estava indo embora? Eu não podia, e não queria ouvir mais nada. Quando cheguei na calçada, corri, sem direção o máximo que pude, ouvi uns sons que pareciam o meu nome, mas não pude parar. Até que alguém me pegou pela cintura, sem o mínimo esforço me virou para si e me abraçou. Eu só ouvia alguma coisa que se repetia, que parecia com: “Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Não se preocupe.” Minha vontade era de gritar, chorar. De qualquer modo, de que adianta chorar quando todas as lágrimas do mundo não mudaria a situação? Até que eu ouvi umas palavras que fizeram a diferença pra mim: “Vamos aproveitar o pouco tempo que temos”. Eu o abracei e concordei com ele. E quando levantei minha cabeça, para falar, seus lábios encontraram os meus, e nós nos beijamos em beijo, quente, ardente, suave, que fez minha cabeça girar e o mundo ficar pequeno e nada mais importar. Senti muitas reações acontecendo dentro de mim, uma mistura de sentimentos, uma injeção de felicidade, parecia que tínhamos sido feitos um para o outro, a sincronia que havia entre nós era algo fabuloso.
Passamos aquela tarde toda juntos, trocando carinhos, abraços e beijos apaixonados. Eu sentia que ele estava aproveitando tanto quanto eu, e que ele sentia tanto quanto eu, a sua partida, no dia seguinte. Mas tentamos nos esquecer disto, e nos concentrar no agora. E funcionou pra mim. Aquela foi uma das melhores tardes que eu já havia vivido. Mas quando a noite chegou, veio com ela também, um sentimento de perda. Eu estava perdendo o Eduardo pela segunda vez. Mas agora era pior, pois já havia provado seu beijo, sentido o calor do seu abraço, e não seria fácil viver sem aquilo que agora eu já conhecia.

[Pauta letra e música 3ª Edição – Edição de letras]

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O encontro

Vou te contar como tudo começou. Era um dia como outro qualquer, daqueles repleto de normalidades. O despertador soou, como acontecia religiosamente todos os dias, às 6 horas da manhã. Desliguei. Cinco minutos mais tarde, a função soneca dispara e eu hesitei, mas como sabia tinha um seminário para apresentar logo na primeira aula na faculdade, não pude mais enrolar na cama. Levantei.
Me arrumei com a mesma pressa de sempre, saí de casa e vi o ônibus vindo, então corri, e fui para meu campus. Até aí tudo normal. Acabou a aula, saí da faculdade em direção ao centro, iria almoçar com a Pâ, uma amiga de muito tempo, no lugarzinho que sempre nos encontrávamos quando éramos adolescentes: McDonald (não sou muito chegada, nesses lanches de lá, mas como ela adorava, e sempre me remetia a lembranças deliciosas, ali se tornou nosso ponto de encontro).
Quando cheguei olhei ao redor e a vi sentada, já com nossos lanches na mesa (pois sempre pedíamos a mesma coisa), mas havia algo diferente, naquela cena, algo que nunca esteve lá, algo que me desconcertou por alguns instantes. Ok, você deve estar se perguntando do que eu estou falando, mas eu disse que o lugar era o de sempre, o lanche o de sempre, minha amiga a de sempre, e tudo sempre funcionou assim pra mim, principalmente, porque quando eu a Pâmela nos encontrávamos lá no Mac, isso significava que ela tinha alguma novidade pra me contar, pois lá era nossa “fortaleza”, nosso lugar, sempre de nós duas, e apenas nós duas, era onde não dividíamos nossa amizade com mais ninguém. E de repente, eu olho e vejo alguém sentado com ela, lá, no MEU lugar, fiquei estarrecida, e fiquei ainda mais perplexa, quando percebi que ela estava alheia aquilo tudo que se passava comigo, pois acenava com ambas as mãos e sorria alegremente para mim. Então, saí daquele transe.
Aproximei-me de Pâ, a passos lentos e fiquei surpresa, quando ela me apresentou ao seu amigo, e colega de faculdade, o Eduardo. Novamente entrei em transe, novamente por causa daquela figura que nunca antes havia visto. Eduardo, era um rapaz alto, de pele morena clara, muito dourada, por causa do sol, olhos castanhos esverdeados, com um olhar penetrante e singelo, não tinha um olhar de conquistador ou do tipo Don Juan, mas tinha um olhar profundo, transcendente e ao mesmo tempo, tímido e melancólico. Me perdi ali, em seus olhos, parecia que meu corpo não respondia a mais nada, como se meu coração tivesse parado de bater e meus pulmões parado de respirar, as vozes estavam, agora, em algum lugar ao longe, tinha me esquecido completamente de onde estava, e fazendo o que e nem sequer lembrei da Pâmela. Foi então que despertei daquele meu segundo transe, quando Pâmela me dera um cutucão, pra me contar o as novidades e o real motivo que nos trouxera até ali.
Ela falou algo sobre alguém com quem tínhamos estudado, que ia se casar e que a tinha convidado para ser madrinha, ou alguma coisa do gênero, que minha mente não conseguiu captar direito, mesmo com meu maior esforço, pois minha atenção estava voltada toda para aquele par de olhos, como um imã criando uma onda magnética entre nós dois. Sim, entre nós dois, pois seu olhar não saía do meu nem por um instante. Até que subitamente, percebemos um silêncio e uns risinhos constrangedores, era Pâ, que havia acabado sua história, ou havia percebido que não estávamos prestando muita atenção nela. Foi neste momento que recebi uma “alfinetada” de minha melhor amiga:
Fer, e como vão às coisas entre você e o Rafa?
Ãhn, que? Eu e o Rafa? - O Rafael era um carinha com quem eu tinha ficado, por muita insistência da Pâ, que vivia dizendo que eu não me interessava por ninguém porque não dava chance dos “carinhas legais”, segundo ela, chegarem perto de mim. Mas eu tinha ficado com ele e isso não havia resultado em nada, e a Pâmela sabia disso tão bem quanto eu, e jamais traria o nome do Rafa a essa conversa se... claro! A menos que ela quisesse que o Eduardo soubesse da existência de um possível namorado, caso, rolo. Algo, ficou muito claro em minha mente, Pâmela estava interessada no Eduardo. E mais, ela queria que eu percebesse isso.
Ah, a gente tem se falado, acho que vamos sair nesse fim de semana, pra nos conhecermos melhor. - O que eu estava fazendo? Não precisava ter inventado aquilo. Os olhos do Eduardo perderam contato com os meus, sua fisionomia mudou, e ele olhou para seu relógio, pediu desculpas, e levantou-se para ir, disse que tinha um compromisso que havia esquecido e para o qual estava atrasado. Deu um beijo na bochecha da Pâmela e um na minha e saiu, sem dar maiores explicações.
Pâ, fingiu que nada tinha acontecido, começou a falar sobre o Eduardo, o como ele era lindo, inteligente, tudo para que eu tivesse certeza absoluta que ELE “pertencia” a ELA, que ELA o conhecera primeiro, e que eu não poderia me interessar por ele. Isso trai uma espécie de código de honra entre amigas: a) nunca ficar com um ex de sua amiga; b) nunca ficar amiga da atual namorada do ex da sua amiga; c) nunca, jamais, se interessar pelo objeto de interesse de sua amiga (no caso: Eduardo).
Conversamos sobre mais algumas coisas e fui embora. Trabalhei a tarde toda, sem perceber nada ao meu redor, e quando meu expediente acabou, fui para casa, exausta. Liguei o note, executei minha playlist, entrei no msn, e-mail, orkut, abri minha página do twitter, atualizei meu blog, tudo para tentar ocupar a minha mente. Foi em vão, continuei perdida em meus pensamentos. Na verdade meus pensamentos, ainda, estavam perdidos naqueles olhos, naquela força de atração que Eduardo exercia sobre mim, não conseguia pensar em outra coisa, a não ser quando a imagem de Pâmela vinha a minha mente. Adormeci, em meio àqueles sentimentos que eu não estava acostumada a sentir. Aquele dia, definitivamente não fora um dia normal. Fora um dia, que sem que eu quisesse, ou percebesse me mudou para sempre.

[Pauta In Verbis – 2ª Edição]

"Se continuarmos a fazer o que sempre fizemos

continuaremos a obter os resultados que

sempre obtivemos". (Seldon Witaker)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Storm...

Eu olhei para o céu e senti que uma enorme tempestade estava se formando. De repente, o ar ficou denso demais, as nuvens carregadas demais e tudo ficou tão escuro, mas tão escuro, quanto uma noite sem luar.
Dentro de mim, a sensação era quase a mesma. Sentimentos em revolta, tudo à flor da pele: angústia, desejo, tristeza, solidão, ódio, amor.....
Peraí, eu disse: AMOR????
Claro que disse, pois óbviamente, ele estava lá. Afinal de contas, toda esta tempestade interna, que se formava dentro de mim, era culpa dele: o AMOR. O amor sufocado por causa do medo, o amor que nunca tive coragem de demontrar para você. E aquele amor, não correspondido, era o epicentro da minha própria tempestade. E agora, tudo ia se misturando aqui dentro. Houve um estrondoso e ensurdecedor barulho e a tempestade, finalmente, chegou.
Eu ainda estava absorta em meus pensamentos, quando algo me tirou de meu transe. Senti as gotas de chuva caindo sobre mim, minha face começou a ser inundada por aquelas gotas que caiam agitadas e quentes. Quentes???
Foi só então que eu percebi, que as gotas que molhavam meu rosto, não perteciam àquela suntuosa tempestade que havia se formado lá fora. Pertenciam a minha tempestade interna, que chovia de dentro para fora de mim, e essas gotas tão intensas, eram a minha tempestade, que caía em forma de lágrimas. [kd 04/06/10]