quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A surpresa (Victor)



                Quase nem acreditei quando vi seus pais conversando com meus pais logo que cheguei em casa. Por um segundo, desejei que você também estivesse aqui. Contudo, fiquei grato, por você não estar. Acho que não suportaria vê-la depois de tanto tempo. Só o fato de ter você em minha mente, remoendo minhas memórias, já me dava enxaqueca. Depois de cumprimentar a todos, subi para meu quarto. Eu precisava de um bom banho, para esfriar a minha cabeça, atormentada, por lembranças suas.
                Quando desci para o jantar, ainda consegui ouvir algumas conversas (nada) interessantes, sobre o tempo que seus pais passaram, fora do país. Para minha alegria (ou não), ninguém havia falado sobre você. Comecei a ficar curioso, mas nem por isso eu iria perguntar. E foi quando seu pai falou de uma pequena viagem que eles precisariam fazer para o interior, que ouvi seu nome pela primeira vez. Eles disseram que você iria chegar em dois dias, mas que infelizmente, não estariam aqui para pegá-la no aeroporto. Então, minha mãe teve a brilhante, ideia de me oferecer para este "pequeno" favor. Afinal, segundo ela, seria bom para você ter alguém lhe esperando quando retornasse.  Sem (re)ação, o que mais eu poderia fazer, a não ser aceitar.
                No dia e na hora marcada, lá estava eu, no aeroporto, a sua espera. Não pensei que fosse ficar tão inquieto, ansioso. Comecei a procurá-la por todos aqueles rostos desconhecidos. De repente, ao longe lhe vi. Uau! Como pude me surpreender com sua beleza? Você estava ainda mais linda do que eu me lembrará, e eu te desejava, ainda muito mais, do que da última vez que lhe vi. Meu sentimentos fervilhavam, e meu coração batia mais forte. Quis correr, mas contive meus passos, caminhando normalmente até você.
                Porém, quando cheguei perto o suficiente para ouvir a tua respiração, não contive meus braços que te envolveram, senti teu perfume, tua pele. E com uma força sobre-humana, me afastei do calor do teu corpo. Embora, meus lábios, desejassem veementemente os seus, eu tinha que fazer meu coração entender que tudo entre nós havia mudado. E mesmo estando tão perto de você, depois do meu minuto de euforia, eu senti, novamente a solidão.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A volta (Isabella)



               Cinco anos haviam se passado, desde aquele dia, em que nos vimos pela última vez. Foi um dos melhores e, ao mesmo tempo, um dos piores dias da minha vida. Foi o dia da nossa formatura, e o mesmo dia em que deixei tudo para trás. Demorei um bom tempo para me adaptar ao novo país, nova cultura e novos amores. E justamente, quando eu acreditei que tinha superado, percebi que teria de voltar para o Brasil.
                Meus pais vieram primeiro, pois eu ainda precisava aguardar umas documentações da faculdade e resolver algumas pendências por aqui. De fato, o que eu queria mesmo era retardar a minha volta, não que eu não estivesse com saudades de tudo, da minha casa, dos meus amigos, do clima, da comida. Mas, simplesmente, porque a única coisa que vinha a minha mente era você. Como ficariam as coisas entre nós agora?
                Quando aterrissei em solo brasileiro senti-me em casa, novamente. Meus pais haviam me dito que me pegariam no aeroporto, então busquei minha bagagem e comecei a procurá-los. Contudo, numa súbita surpresa, foi com outro rosto que meus olhos se depararam. Não tive certeza se, realmente, era você. O rosto era conhecido, um pouco mudado pelo tempo, uma barba por fazer, mas o mesmo olhar profundo, que se dissipou num brilho, quando me viu e sorriu. Sim, era você!
              Os meus olhos lacrimejaram, senti um nó se formando em minha garganta. Minhas pernas perderam o senso gravitacional e estremeceram. Mal conseguia me mover, e você continuou, ali, sorrindo, e caminhando em minha direção. Eu não conseguia pensar em nada, apenas sorria, para disfarçar meu, evidente, nervosismo.
                Mas foi apenas quando ficamos frente a frente, que fui envolvida pelo seu abraço, aconchegante, quente, forte, protetor. O mundo poderia acabar naquele instante, que eu nem perceberia. Como fui capaz de viver tanto tempo longe desse abraço, longe de você? Agora sim, pela primeira vez em cinco anos, eu me sentia em casa. Eu estava no lugar de onde nunca deveria ter saído, em seus braços. Nesse momento, eu só conseguia pensar em uma coisa: Eu quero você aqui comigo! Como eu sempre quis, a minha vida toda, e como sempre irei querer, mesmo não sendo capaz de admitir isso, nem para mim mesma.


Bloínques - 6ª EdiçãoMusical

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

INEXISTÊNCIA

Nessa angústia sufocante, do silêncio que me espreita.
Reverberando a escuridão nas paredes frias,
desbotadas, sem cor, nem vida...

Grito.
Um grito gélido, com a voz pálida, sofrida...
Ninguém me ouve.
Grito mais alto, mais forte, ofegante.
E, ninguém, absolutamente, ninguém responde.
Sei que tu estás ali, contudo permanece num silêncio inerte.
A dor inebriante toma conta do meu ser, segundo após segundo.

Ah, como eu queria ouvir o áspero som da tua melodiosa voz.
Sentir o gosto cálido de um beijo teu.
Ah, amor meu, por que me deixaste?
E este corpo sem vida se tornaste?

Agora, com pétalas nas mãos, e lágrimas nos olhos
Me despeço, tocando o véu que cobre teu esguio corpo.
Nunca mais terei a ti em meus braços, nunca mais me consolará com teu sorriso
Pois a morte chegou sórdida, prematura e torpe.
Deixando em minha vida, apenas, o vazio ecoante de uma alma inexistente.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Ternura em versos

Basta um minuto, num piscar de olhos
Coração acelerado e ao mesmo tempo derretido
Seu olhar terno, meu sorriso bobo, e pronto!

Que vontade do seu braço, de sentir o seu abraço
Seu carinho, cafuné...
Que dizer de um colinho, um denguinho, só pra mim?

Ah, e essa ternura dos seus olhos cor de mel!
Faz meu pensamento divagar e divagar,
Flutuando até o céu.

Esse sentimento, tão simples e complexo
Deixa-me louca e mais apaixonada por você,
Meu eterno e terno amor.



4ª Edição Poemas e Poesias - Bloínquês

Querido "Ex" Amor.

Querido "Ex" Amor,


         Como você está? Sinceramente, espero que bem. Houve um tempo em que desejei que você estivesse sofrendo, sentindo a minha falta, quem sabe, assim, voltaria para mim. Mas não é isso o que sinto, muito menos o que eu desejo agora.

         Quando você se foi, pensei que não iria suportar. Tentei ser forte, me escondi atrás de (falsos) sorrisos, amigos, festas. Mas por dentro estava destruída. Poucos foram os que, realmente, perceberam a minha dor. Passei noites em claro, chorei, sofri, me martirizei vendo nossas fotos, ouvindo nossa música (e tantas outras bem "down"). Pensei que essa dor nunca iria passar.

         Achei que éramos perfeitos um para o outro. Você me completava e me entendia de uma forma que ninguém mais o fez. Contigo ao meu lado, eu acreditava que era capaz de tudo e mais um pouco. Mas tudo isso, acabou! Demorei para entender, demorei para superar, demorei para aceitar. 
         Contudo, o que senti por você, realmente, foi algo verdadeiro e forte, e mesmo depois de tudo que aconteceu não sinto raiva nem rancor. Sobre meu sentimento por você, posso dizer com certeza, que um dia, eu quase amei alguém. 
        O que sei ao certo, é que, depois de mais um remendo, meu coração está pronto para tentar amar alguém de novo.

PS: Depois de tantas músicas que me deixaram pra baixo, a minha trilha sonora hoje é essa: 
Orquestra Imperial do Brasil - Não foi em vão  http://youtu.be/kjbbdbFTQBo




3ª Edição de Cartas Bloínquês
Tema: Eu não te amo mais.

Imagem: Google Imagens