quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Get over...


[Trilha sonora]

Finalmente dei vozes aos sentimentos dentro de mim e falei
tudo o que sentia, tudo o que a muito estava preso, bem aqui, bem no peito. Não foi nada fácil, pois tenho um péssimo hábito de esconder, inclusive de mim mesma, o que eu sinto. Ás vezes parece que é mais fácil negar certas coisas que são praticamente impossíveis de esconder. Eu acreditava que, se eu negasse, faria com que aquilo que eu queria que fosse verdade, se tornasse verdade para mim e também para os outros. Ingenuidade a minha não?

Naquela noite fria e sombria, eu gritei, à você, tudo o que eu realmente sentia. Eu sabia que te amava, mas não podia mais conviver daquela maneira, sufocada, amargurada, triste e só. Mesmo depois de tentar superar tudo, a sua indiferença, a sua ausência, quando descobri, o que de fato você estava fazendo, não pude mais aceitar. Nosso relacionamento estava fadado ao fim, se é que eu ainda podia chamar aquilo de relacionamento.

Não adiantava você negar, aquela suposta traição, nós dois sabíamos qual era a verdade. E não adiantava mais adiar o inevitável. Você não me amava, acho que nunca me amou, mas eu nunca me importei realmente com isso, pois na minha ilusão, se eu amasse por nós dois, seria suficiente. Mas não foi. E aquela foi a última vez que nos vimos.

É difícil aceitar a perda, e conviver com a dor. Mas tive que fazer isso, não por vontade, muito menos por altruísmo, mas para poder, simplesmente, sobreviver. Quase não suportei a dor da sua ausência, por dias fiquei trancada em meu quarto, por meses fiquei fazendo minhas obrigações como um zumbi. Não tinha vida própria, e muito menos, amor próprio. Minha dignidade havia ido embora com você.

Até que em um “belo dia”, acordei e decidi viver a minha vida, e recomeçar de onde parei. Foi aí que descobri que não precisava mais de você para respirar. E senti como se eu estivesse viva outra vez. Senti que a vida ainda tinha algo especial pra mim. E eu queria descobrir isso, e viver esse novo eu.

Eu estava certa sobre isso, hoje vivo em uma, quase, plena, felicidade, e digo quase, pelo simples motivo de que nesse mundo algumas coisas não convergem da maneira como nós esperamos, porque senão poderia dizer que sou completamente feliz. Encontrei o amor, ou melhor ele me encontrou, e me mostrou como é ser amada, desejada. E tudo isso trouxe de volta a beleza que a muito estava adormecida dentro de mim. Mas isso é o enredo para uma outra história.



Pauta: In Verbis

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